Pensei que podia voar,
Sentia o peso da rejeição,
Desafogar o nó da solidão.
Nadar contra a correnteza,
Rir das minhas incertezas,
Sorver a beleza da tristeza.
Viagem ao fundo de um poço fúnebre,
Tantos cantos e encantos medonhos,
Fadas queriam colorir os meus sonhos.
Tudo aquilo que parecia belo,
Seduzia e prometia vontade,
Trancou-me numa cela suja e sem grade.
Tortura em pele de liberdade,
Algoz desprovida de compaixão,
Subjugou-me... Carregou o meu caixão.
Enfermidade arraigada em tantas vidas,
Espíritos atropelados e jogados as traças,
De desejos impuros e tantas desgraças.
Pele sem cor
Olhos estáticos
Distante do amor
Anestesia da alma,
Emoções vagas
Dor calada.
Bia Girotto - Outubro de 2015
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