27 de novembro de 2015

EXISTO, LOGO ESCREVO.

O que escrever das palavras?





Belas, quando ditas ou escritas emergidas em toda e qualquer vertente do amor.
Ferinas, quando lançadas com fúria ou qualquer outro sentimento mesquinho.
Passageiras, quando usadas sem emoção, sem ação que lhes corresponda.
Afiadas, quando proferidas a esmo, podendo até rasgar a mais resistente carcaça.
Frágeis, como a sensibilidade feminina, quando doadas em atenção, em auxilio, em simplesmente se importar.
Dóceis, como as gotículas de uma garoa serena após a tempestade, quando despejadas em sinal de respeito, de amizade.
Livres, como o corpo que boia sobre as águas do mar, observando à passagem das nuvens, sentindo o soprar do vento contra a pele, quando flutuam em autenticidade, em honestidade.
Tiranas, como aquele que obtém o poder, quando arrancadas e massacradas por crenças contrárias, por imposição maléfica e imediata.
Duras, como um martelo que golpeia a mais fina cristaleira, estilhaçando e apartando os estimados sonhos, a transparência de ideais.
Ideológicas, quando protestam, transformando dor, terror, ganancia, doença, loucura em arte.
Palavras enobrecem, enaltecem algumas atitudes humanas, essas que são o movimento contrário de tudo que é tão típico, tão mediano.
Palavras cristalizam nas folhas dos livros, na memória, na cultura e na história.
Palavras, palavras...Sem elas eu seria o tudo representando o nada.

Bia Girotto -  Janeiro de 2015

8 de novembro de 2015

A DOR DO MUNDO


Ebola desenfreada;
Bebês pisoteados;
Fome dolorida;
Corrupção desmedida.


Gritos de dor abafados;
Mundo devastado;
Natureza reagindo;
Ar contaminado.

Água de lodo;
Rios de esgoto;
Vida erradicada;
Revolta generalizada.


Cabeças decepadas;

Sangue nas calçadas;
Acordos propostos;
A paz foi negada.

Fanatismo doentio;
Cegamente perfura;
Destroça corpos;
Aniquila e tortura.

Luta de poder de quê?
Governar para quem?
O novo dono do mundo,
Não terá ninguém.
Bia Girotto -  Outubro de 2014

4 de novembro de 2015

MORADA NA ESCURIDÃO


Um sentimento ruim invadiu minha alma,
Lembranças que ferem o coração,
Pensar que um dia escolhi a escória,
E deixei aqueles que amo sem opção.

O meu espirito despertou,
Depois de tanta dor e decepção,
Nos olhos a vida não mais existia,
A luz havia se apagado, o engodo reluzia.

Escolhas feitas com o coração,
Jamais serão em vão....
Não faça morada na escuridão.

Retornou aos braços e afagos dos seus,
Escolheu o filho em vez da profissão,
Foi julgada, discriminada e condenada,
Por escolher ao amor, era tudo que sonhava.

Alguns anos se passaram,
Muitas lutas, muitas conquistas,
O filho escolhido tornou-se um amigo,
Que ainda precisa de cuidados e sorrisos.

Escolhas feitas com o coração,
Jamais serão em vão....
Não faça morada na escuridão.

E aqueles que lhe apontaram tanto,
O prazer da discórdia e da humilhação,
Que alguns seres adotam como filosofia,
Não podem escravizar espíritos em evolução.