27 de novembro de 2015

EXISTO, LOGO ESCREVO.

O que escrever das palavras?





Belas, quando ditas ou escritas emergidas em toda e qualquer vertente do amor.
Ferinas, quando lançadas com fúria ou qualquer outro sentimento mesquinho.
Passageiras, quando usadas sem emoção, sem ação que lhes corresponda.
Afiadas, quando proferidas a esmo, podendo até rasgar a mais resistente carcaça.
Frágeis, como a sensibilidade feminina, quando doadas em atenção, em auxilio, em simplesmente se importar.
Dóceis, como as gotículas de uma garoa serena após a tempestade, quando despejadas em sinal de respeito, de amizade.
Livres, como o corpo que boia sobre as águas do mar, observando à passagem das nuvens, sentindo o soprar do vento contra a pele, quando flutuam em autenticidade, em honestidade.
Tiranas, como aquele que obtém o poder, quando arrancadas e massacradas por crenças contrárias, por imposição maléfica e imediata.
Duras, como um martelo que golpeia a mais fina cristaleira, estilhaçando e apartando os estimados sonhos, a transparência de ideais.
Ideológicas, quando protestam, transformando dor, terror, ganancia, doença, loucura em arte.
Palavras enobrecem, enaltecem algumas atitudes humanas, essas que são o movimento contrário de tudo que é tão típico, tão mediano.
Palavras cristalizam nas folhas dos livros, na memória, na cultura e na história.
Palavras, palavras...Sem elas eu seria o tudo representando o nada.

Bia Girotto -  Janeiro de 2015

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