7 de setembro de 2014

TOC TOC

Toque a chuva,
Toque o sol.
Toque.
Toque , toque , toque.

Toque a onda,

Toque a terra.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o gelo,

Toque o fogo.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o ar,

Toque a brisa.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o passado,

Toque o presente.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o ódio,

Toque o amor.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o eu,

Toque o outro.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o incerto,

Toque o certo.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o concreto.

Toque o abstrato.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque a nota.

Toque a música.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque os passos,

Toque a dança.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o esperto,

Toque o burro.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o triste,

Toque o alegre.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque a vida,

Toque a morte.

Toque.
Toque, toque, toque.

Toque o tudo,

Toque o nada.
Toque.
Toque, toque, toque.

Toque e acorde! 

Saia da toca tocando o toque de tudo que se pode tocar.
Toque a doce melodia de se poder amar.
Abra a porta , deixe a vida entrar.


Bia Girotto -  Setembro de 2014.



27 de agosto de 2014

MEU BÁLSAMO INESPERADO


E eu que nem lhe esperava,
Muito menos naquela hora,
Hora que eu já havia desistido,
Hora que eu já havia me perdido.

Você apareceu em suas letras,

Tentando consolar minha tristeza,
Apontou as minhas fraquezas,
Mostrou-me afinidade com destreza,
Fez-me recordar novamente da pureza.

No inicio pensava em você diferente,

Imaginava que seria ausente,
Apegado ao que não me era envolvente,
Distante da minha essência eloquente.

Aquela primeira ligação inusitada,

Ouvi sua fragilidade exacerbada,
Sua voz insegura me proporcionou,
O desconforto imenso de um furor,
Passado um instante tudo se suavizou.

Aquelas palavras elevaram nossas almas,

A magnitude esplendorosa da calma,
Peles enriçadas na palma da mão,
De uma visão que se tornou canção.

Seu rosto tão tímido,

Seu sorriso límpido,
Era o masculino híbrido,
Do meu sonho colorido,
Do meu desejo invicto.

No beijo apaixonado,

No cheiro aromatizado,
No carinho tão delicado,
Na semelhança do narrado.

A esperança retornou no seu abraço,

No seu olhar, nos seus afagos ...
Eu já não queria mais saber do amor,
Um novo rumo eu tomaria, meu amado,
Mas você chegou, meu bálsamo inesperado.



Bia Girotto - 22 de junho de 2012

HASTA QUE LA VIDA SEA ASÍ

Hasta que la vida sea así,
Mantengas aquellos sueños,
Sostengas tus pies en el suelo,
Intentes cambiar tus pensamientos,
No permitas que te traigan sufrimientos;
Disfrutas de los buenos momentos.

Ojala nuestro cielo te provengas,
Todo lo que necesites, lo que desees;
Bien empiece un día más…
¡Permítete amar la vida y revive!
Hagas todo lo que te apetezca,
Sepas dar muchas sonrisas.
Ruegues que la vida te traiga el amor,
Hasta que te mires sin temor y dolor;
Hasta que te puedas y quieras respirar;
Hasta que tu corazón lata sin parar;
Hasta que tu sangre no se convierta;
Hasta que no te pierdas por la tristeza.
Una vida… Rellenada de trampas,
Trae miedo, quita las esperanzas,
Tan rápido mata sencilla fantasía,
De la niñez diáfana, y sumergida,
En la bruma de la increíble magia,
Una magia; cargada de utopía.
Los obstáculos, quizás, te hagan daños,
Y el dolor sea rudamente inevitable,
Mientras te tropieces en tu camino,
Desgraciándote en un llanto sostenido,
Deseando que la vida cierre las puertas,
Ante las ilusiones de una emoción agobiante.
Como la impetuosidad de las olas,
Que te arrastres hasta la oscuridad;
Hasta más allá del recóndito del mar;
Sin vanidad, sin estorbar,
Ahogándote sin ninguna piedad;
No concediéndote oportunidad.
Volar, volar hasta se elevar; llama que calienta sin cesar.
Quizás, pienses en sepultarte,
Mientras la muerte te involucres;
Puede ser que te lamentes,
De la disipación de tu vida doliente…
!No desistas! Hasta que la vida sea así,
Resurgirá el fulgor de un nuevo día.

Bia Girotto -  Março de 2013.

16 de agosto de 2014

FALARELAR

Do que valem as experiências vividas, os conhecimentos obtidos, as emoções sentidas, o ar que se respira, as artes observadas, as paisagens vistas, a comida que se come, os pensamentos que se têm e as opiniões criadas se não forem compartilhadas? A tristeza que sinto ao perceber o quanto se fala e o pouco que se ouve é grande. Ninguém aguenta um tagarela, mas também não aguenta viver só de si. Os outros com suas inúmeras experiências também podem acelerar nossa maturidade e visão de mundo. Podem nos auxiliar com novas reflexões, com novas emoções, com modificações de opiniões, com a desconstrução de velhos paradigmas, aqueles muitas vezes arraigados, sufocantes. Permita-se a ter um novo ar para se respirar. Sei como sou dura quando não percebo, mas também sei quanta dureza está a me rodear. Quando me confronto com a insignificância dada as minhas tentativas de compartilhar, calo-me, e compreendo que talvez aquela pessoa ainda não tenha descoberto o quão bonito e evolutivo é o dom de escutar. Não dá para eu sentir muito por aqueles que se contentam exclusivamente com sua própria existência, arrotando o vazio descontrole da imposição ao ser ouvido, acreditando na soberba de seus egoísticos pensamentos de que o outro jamais poderá lhe ensinar. A que não atropele mais as minhas palavras, eu prefiro me calar. Tenha ouvidos para ouvir, e olhos para enxergar.

Bia Girotto -  Agosto de 2014.

17 de abril de 2014

DELIBERADA AMARGURA

Triste mesmo é aquele que se amargura
Com tudo aquilo que diz amar,
Proclama ao vento que jamais conseguirá chegar a algum lugar,
Sossega quando vê alguém desistir e se põe a pensar;
Eu lhe disse, oh medíocre sabido, seu olho não há de encontrar.

Almeje, mas renuncie,

Inexista, mas insista,
Pense, mas dispense,
Ore, mas descrente.

Aceitando a falta do que não se teve,

Acreditando naquilo que não se sente,
Querendo o impossível inutilmente,
Renunciando crenças veementemente.

Fascinação pela destruição alheia

Contrasta com sua brandura,
Disfarçando a loucura da criatura que vive exalando ruptura,
Padrão patrão de um pelotão perdido,
Conserva sua cara e característica cabal.


Bia Girotto -  Abril de 2014