5 de abril de 2012

ERA SÓ UMA VEZ

Aquela garota melancólica,
Resolveu que queria amenizar, 
Pensava que daquela forma,
Alçaria voo a qualquer lugar...
Alçar, voar, conquistar,
Conquistar, voar, alçar,
Não chegou, mas afundou.
O céu tão longínquo,
O voo foi interrompido.
A queda inevitável,
Seu eu  despedaçado...
Cacos, cacos, estilhaçados,
Nada sobrou, tudo mudou,
Aquilo doía ... Cortava há dias.
Uma mão foi estendida, 
A esperança regurgitou,
Levantou-se e percebeu,
Que o horizonte nublou,
Turbilhão de emoções,
Pensamentos dilaceravam...
Sem anestesia, a loucura visitou.
Sonhos que se tornam pesadelos,
Sonhos que iludem o tempo inteiro,
Aquela garota que um dia chorou,
Ainda reconhece os laços de amor.
As grades no coração, velha prisão,
A dor de não enxergar outra opção,
Inútil seria tentar explicar, é claro...
Uma garota flor, espinhos cravados,
Escolheu a derrota ao invés da vitória, 
Julgada, condenada amargamente,
Pelo viés d´uma sociedade insolente.
Sonhos que se tornam pesadelos,
Sonhos que iludem o tempo inteiro,
Aquela garota que um dia chorou,
Ainda reconhece os laços de amor.
Hoje ela chora uma dor diferente,
Sente, mas não sente, resistente.
O coração pulsa ardorosamente,
Segue em frente, “corretamente”,
Leva a lição nos braços dormentes, 
Leva o presente, o que conquistou, 
Leva tudo que está no subconsciente.
Embora ainda sinta certo gosto amargo, 
O de não saber ser mero espectador,
Lateja, vibra, seca, enaltece, vive o novo,
A superação conquistou como prêmio,
Nos instantes de desespero e renúncia,
Foram cicatrizando os secretos desejos...
Fluiu, seguiu, brilhou, foi de corpo inteiro.



Bia Girotto -  Reconstruída em Março de 2014.