Tudo doí...(doí tudo) da cabeça aos pés, coração goteja sangue, pulsando num vazio desconexo.
Coragem para respirar mais uma vez, sentir gratidão mesmo aos prantos, saber que a vida é valiosa, porém não conseguir sorrir.
Numa árdua confusão mental, vem a insônia e se instala, torna-se cobradora persistente, acaba levando os meus mais caros sonhos.
A cabeça gira, o corpo reclama. Falo o que não quero falar e o que tanto desejo fica sufocado aqui no peito. O mínimo estalo, até mesmo uma folha fora do lugar me deixa enfurecida, como se uma terrível tempestade estivesse a caminho, para inundar todos meus desejos, fazendo-os escorrer por um bueiro qualquer.
Tudo parece igualmente borrado, sem sentido, os valores parecem pisoteados, a visão fica turva, os ouvidos já não alcançam todas as palavras proferidas.
A compreensão fica escassa num vazio avassalador.
-Deus, você está aí?
Eu o ouço no meu vazio, sinto o seu toque ao vislumbrar uma paisagem, sinto a sua presença ao ver uma criança fantasiando, um animal se aproximando, os pássaros cantando.
Não há como ser ausência de Deus, pois ele jamais deixou de estar em mim.
Não é vitimismo, pois é preciso lutar com os meus piores mostros, para retomar o caminho.
Não é falta do que fazer, mas sim exaustão, a mente emparedada pela constante (de) pressão da vida.
Pode faltar química, o cérebro também adoece... Mas jamais poder faltar amor.
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