8 de junho de 2020

DEPRESSÃO



Tudo doí...(doí tudo) da cabeça aos pés, coração goteja sangue, pulsando num vazio desconexo.
Coragem para respirar mais uma vez, sentir gratidão mesmo aos prantos, saber que a vida é valiosa, porém não conseguir sorrir.
Numa árdua confusão mental, vem a insônia e se instala, torna-se  cobradora persistente, acaba levando os meus mais caros sonhos.
A cabeça gira, o corpo reclama. Falo o que não quero falar e o que tanto desejo fica sufocado aqui no peito. O mínimo estalo, até mesmo uma folha fora do lugar me deixa enfurecida, como se uma terrível tempestade estivesse a caminho, para inundar todos meus desejos, fazendo-os escorrer por um bueiro qualquer.
Tudo parece igualmente  borrado, sem sentido, os valores parecem pisoteados, a visão fica turva, os ouvidos já não alcançam todas as palavras proferidas.
A compreensão fica escassa num vazio avassalador.
-Deus, você está aí?
Eu o ouço no meu vazio, sinto o seu toque ao vislumbrar uma paisagem, sinto a sua presença ao ver uma criança fantasiando, um animal se aproximando, os pássaros cantando.
Não há como ser ausência de Deus, pois ele jamais deixou de estar em mim.
Não é vitimismo, pois é preciso lutar com os meus piores mostros, para retomar o caminho.
Não é falta do que fazer, mas sim exaustão, a mente emparedada pela constante (de) pressão da vida.
Pode faltar química, o cérebro também adoece... Mas jamais poder faltar amor.


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