12 de julho de 2011

GENTE ÂNCORA


Não quero a angustia;
Da esperança insensível,
Dos horizontes esquecidos.


Eu quero a paz inabalável;
Aquela afável que laça,
O coração descompassado.

Não quero que me vejas;
Que me leves ao cavado,
Da selva do primitivo arraigado.

Eu quero a brandura do genuíno;
Do calor, do odor de cravo.
Dos sons que tocam o inexorável.

Não quero que me ouças;
Nem por um momento,
Nem o ruído mais secreto.

Eu quero o que enobrece;
O que aquece, o que segue,
Nas mãos duma poesia leve.

Não quero que me sintas;
Nem na mais remota sintonia;
Deixa estar, tua vez vai passar.

Eu quero muito em breve;
Não sofrer com tal impertinência,
Dessa âncora em decadência.





 Bia Girotto -  Setembro de 2014