14 de junho de 2011

CADA VEZ MAIS ANTISSOCIAL

Lara não é como nós, ela gosta de ficar sozinha.
Já aprendeu a não esperar nada de ninguém, algumas vezes ainda é surpreendida, mas jamais decepcionada.
Lara sabe que vive em um mundo onde as pessoas se aproximam por interesse, conveniência e ficam enquanto veem no “outro”, características que ainda possam lhe servir para algo. Quando por algum motivo o “outro" não mais pode satisfazer suas exigências e vaidades, torna-se desnecessário e esquecido.
Lara me contou quando isso começou. Foi em um dia em que tinha tanta gente ao seu redor que pensou em sumir por um tempo, pois não sabia como se desvencilhar desse mundo de pessoas que gostavam de bisbilhotar, palpitar e a ditar manuais extensos de normas de boa conduta que dariam solução em sua vida. Ela ficou doente por uma semana, seu telefone parou de tocar, as mensagens não chegaram e nenhuma notificação nas redes sociais. Lara pensou se conseguiria se habituar a ser sozinha; de repente o interfone toca; Lara levanta com muita dor; vai se segurando nas paredes do corredor até a cozinha; finalmente o interfone! Desiste de atender, mas soa novo toque; ela atende e diz: Sim...A voz do "outro" responde: - Lara, sou eu! SOUBE que está doente e preciso te ver!
Moral da história - Uma das formas de Deus nos lembrar de que somos amados por ele é trazer alguém para a nossa vida que nos surpreenda com o mínimo de amor que se possa oferecer. Aquelas pessoas que sabem o que estamos passando e fingem não saber são diversas, entretanto assim que o sentimento de solidão invadir a nossa alma, recordemos que o visível aos nossos olhos é ínfimo comparado à imensidão de tudo aquilo que ainda não podemos enxergar.



Bia Girotto -  Fevereiro de 2014