Silêncio marcado
Ausência profunda
Dói e machuca
Reprime e sufoca
Presença vazia
Ecoa no peito aberto
Chora sem som
Se esconde em meu deserto
Já lutamos pelo amor
Foram muitas às vezes
Mas o tempo passou
E você não se lembrou
Carreguei tua ausência
Como quem guarda um sonho
Mas o vento levou
O que era rastro risonho
Te procurei nas memórias
Entre sombras e brumas
Mas só encontrei silêncio
Nos cantos das tuas dunas
O amor é tão puro
Para ser contaminado
Com recusas e medos
Parece ainda mais frágil
E frágil se rompe
Como vidro entre os dedos
Resta só o reflexo
Dos nossos segredos
Segredos explodem
O coração de quem guarda
Atormentam a alma
Lágrimas caladas
Lágrimas que caem
Em jardins adormecidos
Regam o silêncio
Dos amores esquecidos
Como esquecer
Da sua outra parte
Opostos se completam
Amor divino manifesto
Mesmo em distâncias
Há laços que não se quebram
Chamas invisíveis
Que o tempo não desespera
Quando esqueço teu nome
Sinto sua presença em meus sonhos
Beija minha boca e me toca suave
Acordo como se fosse realidade
Te encontro no limiar
Entre o sono e o destino
Fecho os olhos devagar
E sigo teu caminho divino
Fim
— como uma borboleta que pousa suave depois do voo
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