3 de outubro de 2025

Dueto do Silêncio e do Amor (por nós dois)


Silêncio marcado

Ausência profunda

Dói e machuca

Reprime e sufoca


Presença vazia

Ecoa no peito aberto

Chora sem som

Se esconde em meu deserto


Já lutamos pelo amor

Foram muitas às vezes

Mas o tempo passou

E você não se lembrou


Carreguei tua ausência

Como quem guarda um sonho

Mas o vento levou

O que era rastro risonho


Te procurei nas memórias

Entre sombras e brumas

Mas só encontrei silêncio

Nos cantos das tuas dunas


O amor é tão puro

Para ser contaminado

Com recusas e medos

Parece ainda mais frágil


E frágil se rompe

Como vidro entre os dedos

Resta só o reflexo

Dos nossos segredos


Segredos explodem

O coração de quem guarda

Atormentam a alma

Lágrimas caladas


Lágrimas que caem

Em jardins adormecidos

Regam o silêncio

Dos amores esquecidos


Como esquecer

Da sua outra parte

Opostos se completam

Amor divino manifesto


Mesmo em distâncias

Há laços que não se quebram

Chamas invisíveis

Que o tempo não desespera


Quando esqueço teu nome

Sinto sua presença em meus sonhos

Beija minha boca e me toca suave

Acordo como se fosse realidade


Te encontro no limiar

Entre o sono e o destino

Fecho os olhos devagar

E sigo teu caminho divino


Fim

— como uma borboleta que pousa suave depois do voo

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